segunda-feira, 21 de agosto de 1989

De Natal ao Chile. Ida e volta 18.500km

Yamaha Ténéré 600cc 1988, cor branca.

Com essa moto fiz uma das minhas mais marcante viagens. Em 1990 fomos ao Chile. A saída de Natal a princípio com o Valdenor (Honda CB DX 450) a Tiêta como ele carinhosamente a chamava, mais tarde nos juntamos a João Pinto (Yamaha Ténéré 600) que nos esperava em Recife na caso do seu pai. Todos nós com as respectivas mulheres e eu com a minha Ténéré adaptada com uma carenagem de dois faróis imitando a Super Ténéré. Quem eu ainda não conhecia pensava e achava que era uma excelente adaptação. Parecia muito com aquelas motos do Rally Paris Dakar.
Sempre tive o plano de fazer uma grande viagem de moto. A minha intenção seria percorrer o sul do país, incluindo alguns países do cone sul. Numa viagem que fizemos a Mossoró com a turma do Natal Sport Club, encontrei o amigo Valdenor, e o mesmo me falou que estava também planejando empreender uma viagem para aquela região, e já tinha até um companheiro.
A partir daí posso dizer que começou a aventura. Os meses que antecedem a viagem aos poucos vai inserindo o gostinho da aventura, só que de uma forma diferente. São viagens em páginas e mais páginas de revista, recortes de jornais, telejornais e fotos. Nesse ponto os preparativos da viagem e a viagem se resumem a papéis, mapas, utensílios, ferramentas, roupas e muitas conversas. O incentivo dos amigos é indispensável. A gente percebe no brilho dos olhos das pessoas com quem conversamos que muitos gostariam de estar no nosso lugar, mas por limitações impostas pelo dia-dia inviabiliza um projeto mais arrojado. Ficamos certos que nos encontraríamos a cada final de mês para discutirmos como estavam os preparativos da viagem. Valdenor como sempre muito espirituoso disse: “Daqui até nós viajarmos nos encontaremos todo mês, igual a menstruação.” Como eu estava em Natal e os colegas em Mossoró, ficamos combinado que se houvesse qualquer mudança de planos faríamos adequações, mas fixamos o mês de março para a saída de Natal. Em muitos artigos de revista que líamos, eu encontrava detalhes de preparativos de viagem. Viajantes que chegavam ao extremo de marcar todos os postos de gasolina que iriam encontrar e as distâncias entre eles, como também todos os hotéis que iriam ficar. Essa parte da viagem deixamos com o improviso que sempre é a melhor alternativa. A viagem quando chega a esse nível de detalhamento tem uma grande tendência de ter frustrações, e não era isso que estávamos querendo. Escrevi na época para os consulados do Chile, Argentina e Uruguai para pedir mapas e roteiros turísticos. Recebi muito material da Argentina com detalhes inclusive um cartão de recomendação do Cônsul. Do Uruguai também recebi alguns folders que muito nos ajudou, do Chile não recebi, mas como já tinha muita informação do Chile não tivemos muitos problemas, mas a primeira providencia ao entrar no Chile foi comprar um mapa num posto de gasolina.
Saímos de Natal no inicio do mês marco de 1990.Fomos com as respectivas companheiras e muita bagagem. O primeiro trecho foi Natal-Joinville, para mim não teve muita novidade, pois anteriormente já havia percorrido numa XL-350 ate Montevidéu. Houve uma primeira parada em Recife, pois o nosso companheiro João Pinto já tinha saído de Mossoró com a sua esposa e estava nos aguardando em Recife na casa dos seus pais. Aproveitei para colocar Tire-Pand nos pneus da Ténéré para prevenir de eventuais furos indesejáveis. Em Joinville eu encontraria a Mira e dai seguiríamos viagem rumo ao Chile. Sabíamos que seria uma viagem muito longa, que iria requerer muita paciência e que poderia se transformar numa aventura emocionante. Na passagem pelo nordeste tocamos mais rápido.

Na chegada a Vitória, passamos por uma linda ponte e paramos pra tirar uma foto. A esposa de Valdenor queria colocar a máquina na parede da ponte e atravesar a pista para sair na foto. Foi grande o susto, pois a máquina quase que cai no rio. Depois de pequenos problemas no freio trazeiro da moto de Valdenor em Vitória e S.Paulo, acredito que por excesso de peso conseguimos seguir viagem. O Valdenor tem um porte forte, além da garupa super dimensionou a bagagem, resultado, CB-450 ou “Tieta” como ele carinhosamente a chamava estava pedindo pinico. Chegamos a Joinville depois de quatro dias e meio de viagem, às duas horas da manhã. A viagem tornou-se um pouco lenta, poderíamos ter chegado mais rápido, mas os colegas nunca tinham feito uma aventura com aquelas proporções, e estavam se prendendo muito as visitas nas capitais por onde passávamos. Chegamos a conversar e pedir “data vênia“ por diversas vezes, onde em alguns momentos eu alertei que o objetivo da viagem era muito maior do que um simples turismo interno no nordeste brasileiro.O objetivo maior era cruzar a fronteira do país e ir mais além, chegar à costa do Pacifico. Até então um feito inédito em duas rodas com partida de Natal. O frio era de congelar os dedos e não precisa dizer que estávamos bastantes cansados. Valdenor levava até pneu de suporte.
Em Joinville às 3:00hs da manhã fomos procurar um hotel. Começou a seção folclórica do Valdenor. Chegamos a um hotel, recepcionista sonolento, Valdenor entra, tira o gorro, o ralo cabelo que ainda tinha fica todo em pé. Pergunta em alto e bom som. Ô LUGAR FRIO! AQUI É SEMPRE FRIO ASSIM? É moço, responde o recepcionista, então Valdenor complementa, POIS LÁ NA TERRA DE ONDE EU VENHO, TEM LABAREDAS DE FOGO SAINDO DO CHÃO! Até o rapaz entender que era de Mossoró demorou um pouco. Noite dormida, sono recuperado, convencemos Valdenor a dispensar uma parte da imensa bagagem que ele estava conduzindo. Como resultado dessa triagem, foi despachado pelo correio aproximadamente 20 quilos e mesmo assim a volume ainda ficou grande. A noite saímos com o Antonio irmão de Mira para um jantar típico num CTG (Centro de Tradições Gaúchas) Era uma festa. Nessa casa tinha um par de chifres pendurados no meio do corredor. Engraçado que nos posicionamos para tirar uma foto e o Valdenor propositalmente ou talvez por sacanagem do fotógrafo irmão da Mira o Valdenor ficou bem no meio, como ele era mais alto no grupo ficou bem próximo do par de chifres, mas foi só uma conhecidência. Mas a parte mais interessante da viagem estava por vir. Antes de chegar na fronteira do Brasil com a Argentina, paramos num lugar a beira da estrada próximo a uma cidade com um nome muito singelo “Não Me Toque” coisa de gaúcho. Comemos uns sanduíches com um bom pão caseiro feito pela minha sogra, Por sinal muito bem lembrado, e nessa parada o nosso colega Valdenor após aliviar um pouco da roupa para descanso, na hora de sair esqueceu parte dos documentos e os óculos de grau, o que dificultou um pouco a saída do Brasil na barreira da Polícia Federal, já que o nosso colega era militar e estava apresentando documentação de civil. Quando juntos presisávamos discutir algum trecho do percurso ou interpretar o melhor roteiro nos mapas o Valdenor não podia nos ajudar muito, pois faltava os óculos de perto. Mas tudo resolvido.
Nosso roteiro foi programado para saímos por Uruguaiana no RS. Procuramos trocar dólares. Logo encontramos alguns cambistas, e na confiança trocamos dólares em plena rua, mas ainda bem que os dólares eram verdadeiros. Não tivemos problemas. Já na Argentina as motos devidamente abastecidas aproveitamos para abastecer as motos com a melhor gasolina que tinha nos postos a gasolina de 92 octanas coisa que aqui no Brasil não tínhamos. Seguimos em frente até Passo de Los Libres, Corrientes e atravessamos o Túnel subfluvial Hernandarias, construído sob o leito do rio Paraná, entre as províncias de Santa Fe e Entre Ríos, na Argentina. Um complexo de pontes sobre a lagoa Setúbal e o rio Colastiné dá acesso ao túnel, a entrada oriental está localiza na cidade de Paraná. Trata-se de uma grande obra da engenharia argentina.
O túnel tem um comprimento de 3 mil metros, com duas pistas, e foi construído na década de 1960 que liga as duas cidades Paraná-Santa Fé. em seguida os pampas argentinos Rio Quarto e San Luiz na região central da Argentina, capital da província de mesmo nome. Situada ao pé das serras Grandes de San Luis e ao lado do rio Chorrillos. Importante centro comercial. Possui indústria de farinha, e subprodutos do gado (couro e peles). Serve de interação entre o centro, setor dos pampas e a cidade de Mendoza. Optamos sempre por dormir em hotéis ou residencial, pois o fator segurança era imprescindível. Notamos que sempre antes de nos alojarmos, o dono do estabelecimento sempre cobrava antecipado, achamos que era descriminação porque éramos brasileiros, mas mais tarde descobrimos que isso é cultural por aquelas bandas. Outra característica também interessante na região, era o tipo de hotel. Normalmente as construções eram em estilo espanhol com vários quartos em volta de um grande jardim central.
Até chegarmos à Mendonza, sabíamos que iríamos ser incomodados pela "Policia Caminheira" como havíamos sido alertados por alguns caminhoneiros, deveríamos levar sempre cigarros e dinheiro trocado. De cara não devíamos oferecer, mas discretamente procurar colocar a disposição. As dicas que nos deram eram que por qualquer motivo eles iriam nos "incomodar", seguimos sabendo que a qualquer momento poderíamos ser parados, como, por exemplo, exigir placa dianteira da moto, ou então “mata fuego”. Mas fomos realmente parados e sempre percebemos que a “Policia Caminera” queria implicar com alguma coisa.
Após um longo dia de viagem, resolvemos pernoitar numa pequena cidade, dessas que ficam próximo as rodovias. Pela manhã de uma noite de repouso merecido e um café da manhã não muito capichado, nos preparamos para continuar nossa viagem. Saímos da cidade e contornamos um retorno para entrarmos na rodovia. Imediatamente percebemos que havia um posto posto da Policia Caminera. Como já era de praxe, fomos parados. O guarda olhou as motos a documentação, tudo estava aparentemente em ordem, mas então ele implicou com o Valdenor que estava com a placa da Tieta ilegível e que naquele momento trafegávamos na "Ruta" (estrada federal que acabávamos de entrar), não tinha argumento, o Valdenor foi “multado” ou seja, a multa tinha que ser paga na hora e em efectivo ou seja em dinheiro de preferência dólar. Multa paga, imediatamente contornamos o trevo e voltamos para a cidade onde havíamos pernoitado, mas infelizmente não conseguimos comprar uma latinha de tinta preta. Resolvemos dar o jeitinho brasileiro, e pintamos os números com lápis de maquiagem, passamos por nova revista, “tudo bien” enfim o guarda engoliu ou fez que engoliu e seguimos viagem. Mais tarde descobrimos que casualmente ao mostrar a documentação o colega João Pinto que tinha carteira de policia deixou aparecer o brasão da polícia, funcionava como um passe de mágica, dai para frente não fomos mais incomodados. Discretamente o colega ao abrir a carteira para mostrar os documentos, deixava que o brasão da carteirinha de polícia ficasse a vista, o que facilitava tudo.Mas o trecho próximo à fronteira e com maior fluxo de turista já estava ficando para trás, chegávamos em Mendonza, última cidade antes do início da subida da Cordilheira dos Andes. Mendoza, a oeste da Argentina, capital da província e metrópole regional de Cuyo, junto à Cordilheira dos Andes. Mendoza é uma aglomeração que compõe a capital e os departamentos de Lavalle, Maipú, Guaymallén, Luján, y Godoy Cruz. Mendoza é o centro comercial da região banhada pelos rios Mendoza e Tunuian, os quais formam um vale de produção frutífera e vinícola, sendo um dos mais importante da Argentina. As tabernas e os hortifrutigranjeiros são o forte na agro indústria. População em torno de 700.000 habitantes. É uma cidade essencialmente turística, bonita e bastante agitada. Já prevendo o frio que nos esperava, compramos alguns sacos plásticos vestimos como se fossem meias para evitar o frio e a chuva, e no dia seguinte tomamos café em um restaurante do centro e distribuímos gorjetas de cruzados com os garçons, que ficaram eufóricos achando que era uma grana, mas na verdade não valia nada. Nossa moeda era Cruzados Novos. Estávamos ansiosos para começarmos a subir a Cordilheira dos Andes. Nas ruas de Mendonza muito contraste. Víamos muitos carros novos, mas também muitos carros antigos, desses que dificilmente vemos no Brasil. Tudo era motivo para fotografias, Estações de inverno, teleféricos para esquiadores e turistas do mundo que no inverno enchem os hotéis em busca da prática de esporte de inverno. Usávamos um capuz até o pescoço deixando apenas os olhos descobertos.
A Cordilheira dos Andes é um das maiores cadeias montanhosas do mundo, situado na América do Sul. Sua extensão é de 7.240 km, descendo por toda a costa do Pacífico, do cabo Horn até próximo ao Panamá, com 3.660 m de altitude média. Divide o Chile da Argentina e entra na Bolívia, onde acontece a tripartição até a Venezuela através do Peru, Equador e Colômbia.
À medida que íamos subindo, a paisagem ia mudando, a cordilheira com suas montanhas desnudas, pois a vegetação é bem rasteira os pequenos riachos entrecortando, o asfalto impecável. O frio era intenso, e a expectativa de a qualquer momento ver neve em algum pico era grande. Ficamos extasiados quando a nossa direita vimos o Aconcágua, um dos pontos mais altos da cordilheira no hemisfério ocidental da América do Sul com mais de 6.959mt de altitude.

Nos nordestinos "cabra da peste" acostumados apenas a ver gelo no copo ou na geladeira, estávamos ali muito próximo de toca-lo. Tudo aquilo parecia um sonho. A diferença era muito grande, pois em Mossoró em algumas épocas do ano pode-se fritar ovo no asfalto. Do nosso grupo a única acostumada com esse tipo de clima era a Mira catarinense de Joinville, sendo o Valdenor e Joana de Natal, e João Pinto e Rosana residentes em Mossoró, cidade a 17 metros de altitude ao nível do mar e clima muito seco e quente, podendo chegar a 40 graus a sombra durante o dia.
A subida da cordilheira é lenta e continua quase não percebemos que estávamos subindo, mas depois de algum tempo de subida, começamos a perceber o ar rarefeito, as motos começaram a engasgar já que a regulagem estava para o nível do mar, elas teimavam e não respondia as aceleradas. Haviam me prevenido que isso iria acontecer, mas resolvemos não alterar a mistura ar x combustível, porque logo em seguida começaríamos a descer e tudo se normalizaria. Sem contar que nos também sentíamos bastante cansaço.

Atravessamos a cordilheira e entramos no Chile através do Túnel Cristo Redentor no topo da cordilheira a 3.185m de altitude e já saímos em frente a uma placa "Bienvenido a Chile". Logo na entrada, percebemos que estávamos entrando noutro país completamente diferente da Argentina. Na aduana percebemos o nível de atendimento melhorou 100% a rapidez a facilidade com que desembaraçamos as motos e nos despachamos totalmente. Após o rápido desembaraço aduaneiro, o que não é comum em outros países da América do sul, passamos por uma barreira sanitária muito rigorosa, procurando qualquer vegetal ou alimento para detetizar contra a mosca da fruta. Até a moto foi borrifada, tivemos também que desarrumar toda a bagagem, qualquer fruta raiz ou folhagens encontradas na bagagem são retiradas e jogadas em tonéis que queimam ininterruptamente. Perguntei qual o motivo de inspeção tão rigorosa, eles me disseram que era para evitar a entrada da “mosca da fruta” através de eventuais larvas que venham em frutas importadas. Tudo resolvido começamos a descer para a costa do Pacifico em direção a Valparaiso e Vina Del Mar, descendo por uma região muito bonita com uma seqüência de curvas chamada Las Cuevas. Tocamos rápido, nossa intenção era pegar o por do sol no mar, o que aqui pelo nordeste brasileiro e impossível, mas para nossa frustração as nuvens vieram mais rápidas e encobriu qualquer possibilidade de tirarmos fotografia.
Visitamos as cidades de Valparaiso exatamente no dia da posse dos deputados e instalação da Câmara dos deputados e senadores após um longo período da ditadura Pinochet, tudo estava muito agitado. Pinochet general do Exército e senador vitalício chileno. Nomeado comandante-em-chefe do Exército pelo então Salvador Allende. Um ano depois armou o golpe de Estado apoiado pelos Estados Unidos, que se consolidou com a queda e morte de Allende. Através de plebiscito que lhe deu a maioria dos votos da população, obteve legitimidade. Em 1988, foi derrotado, em outro plebiscito que teria prolongado seu mandato por mais oito anos. Durante 17 anos de seu governo aproximadamente 3 mil pessoas morreram nas mãos dos militares ou desapareceram.
Para nossa satisfação encontramos um cara no meio daquela alvoroso e daquela multidão gritando, brasileno! Brasileno! O cara agarrou-se literalmente ao Valdenor impedindo-o de ir a frente. Mas após o primeiro contato, mal entendido resolvido, ele se identificou como Fernando, engenheiro instrumentista da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), mineiro, e que também estava de moto a passeio pelo Chile. Ele nos levou para a seu "residencial" (casa que aluga quartos) onde ficamos muito bem instalados ate o dia seguinte, quando fomos conhecer Vina Del Mar e aproveitamos para se molhar no Oceano Pacifico, mas infelizmente a água super gelado não nos permitiu um banho de batismo. O Fernando mais tarde se tornou nosso amigo. Uma coisa eu me lembro bem, o cara saiu de Minas Gerais numa CB-450 Custom direto para o Chile. Um pequeno detalhe me assustou, o cara não levava uma única ferramenta na moto. Perguntei e se a moto der um problema? Ele respondeu “agente se vira”. Tem maluco para todos os gostos. Em Vina Del Mar encontramos dois motociclistas brasileiros, um numa XLX-350 e outro numa CB-450, ambos de São Paulo. Um deles o Sr. Alfredo Carinas tinha 67 anos e já estava indo ao Chile pela terceira vez. Numa dessa ele nos disse que tinha ido também ao deserto de Atacama ao norte do Chile. Essa região é lindíssima. Lá encontra-se a maior mina de cobre a céu aberto do mundo, e também o deserto mais árido do mundo, ou seja o deserto de Atacama, é uma região árida e quente situada sob o trópico de Capricórnio, no litoral do oceano Pacífico, ao norte do Chile.
Algumas coisas só acontecem quando estamos viajando. Uma delas aconteceu com o Sr. Carinas. Mais tarde eu relato uma coincidência impressionante que aconteceu comigo envolvendo este senhor e um outro amigo comum.
Sua extrema secura é o resultado de uma complexa interação de fatores naturais que envolvem: a oceanografia, com o mecanismo de correntes marinhas a climatologia e a meteorologia, através do regime de ventos que sopram entre o continente e o oceano e vice versa, e a geomorfologia, representada pela formidável barreira da cordilheira dos Andes. Essa combinação de variáveis faz com que as nuvens carregadas de umidade vindas do mar, em contato com a superfície fria da corrente, se condensem e produzam chuvas somente no oceano, enquanto as nuvens que se originam no continente são barradas pela cordilheira andina. Entre eles, a faixa costeira não recebe sequer uma gota d’água, transformando-se numa das regiões mais secas do planeta, com uma extensão de 363.000 km2. No século XIX, foi disputada pelo Peru, o Chile e a Bolívia, na Guerra do Pacífico, devido às suas reservas de salitre.
Subimos para Santiago no dia da posse do presidente Alwin, que estava recebendo do Pinochet, Em Santiago a coisa estava mais agitada do que em Valparaiso. Era a posse do novo presidente, fomos dar de cara com um corre-corre no centro da cidade, quando derrepente estávamos no meio de bombas de gás lacrimogêneo. Com muita rapidez tratamos de nos livrar daquela situação antes que algo pior acontecesse, fomos nos instalar num pequeno motel urbano onde fomos recebidos por um gerente muito desconfiado, mas apesar disso as acomodações eram ótimas, mais tarde descobrimos que na realidade era um motel de alta rotatividade e por isso tínhamos que ser discretos.
No dia seguinte passamos o dia passeando por Santiago.
Nossos colegas resolveram retornar ao Brasil, pois o calendário das férias deles estava um pouco apertado e nós seguimos para o sul do Chile. Voltaram duas motos, e ficamos nós com a Ténéré dispostos a conhecer o sul do Chile. Os colegas que voltaram, passaram por Joinville, pegaram algumas poucas bagagens que tinha ficado por lá e voltaram para Natal. Mas tarde eu fiquei sabendo que houve um grande desencontro e os mesmos se atrapalharam pelo transito do Rio de Janeiro. Esse desencontro perdurou durante o resto da viagem. João Pinto à frente e Valdenor um pouco mais atrás com uma diferença de horas. O resultado foi que chegaram próximo a Natal com poucas horas de diferença. Durante a viagem de volta nosso colega Valdenor chegou a andar mais de 16 horas seguidas sem parar, na ânsia de alcançar o colega João Pinto. Com certeza se naquela época tivesse telefone celular, com certeza isso não teria acontecido. Mas isso são coisas de viagem. Naquela época chegamos a combinar o seguinte: se alguém se perdesse ligaria para um telefone pré determinado e deixaria as coordenadas para que o mais tarde o outro colega também ligasse e a partir daí combinar um ponto de encontro. Mas com certeza os colegas não usaram esse recurso. Hoje já estipulamos, que em grandes viagens o normal é rodar em torno de 200 quilômetros e dar uma parada para se reunir. É infalível não tem perigo de desencontro. Mas voltemos a continuação da nossa viagem eu e a Mira.
Descemos pela Pan-Americana saindo de Santiago passando por Talca, importante região produtora de vinhos próximo ao rio Maule, Chillan, Temuco, ao sul do Chile, na região de La Araucania, capital da província de Cautín, Los Angeles capital da província de Biobio, na mesma região. Nessa região tem duas centrais hidroelétricas. Concepcion ,cidade industrial, processa alimentos, e possue refinarias de petróleo e produtos químicos. Villarica , Valdivia está próxima à confluência dos rios Callecalle e Cruces, cujas águas correm para o profundo estuário de Valdivia. É um importante porto pesqueiro e comercial. Apresenta um traçado urbano moderno, devido a dois fatores: o incêndio que arrasou o centro da cidade em 1909 e o violento terremoto que derrubou praticamente todos os edifícios coloniais em 1960.
Nesse trecho a minha Ténéré começou com um barulhinho no escapamento. Mas tarde o miolo do cano de escape ficou solto. Parei numa oficina mecânica de carro, e um senhor muito sorridente resolveu conserta-la. A princípio pensei que ele ia destruir a moto. Com uma talhadeira e um martelo cortou toda a borda do escapamento, retirou a parte que estava solta, e refez totalmente com uma habilidade de mestre. Foi um serviço perfeito que durou enquanto eu possui essa moto.
Passamos por diversos vulcões como o Vilarrica uns em atividade embora sonolentos outros inativos. Subimos o vulcão Osorno, próximo a cidade Osorno, ao sul do Chile, capital da província homônima, na confluência dos rios Rahue e das Damas, na região dos Lagos. Grande centro turístico e a entrada para vários locais de recreio lacustres e montanhosos, bem como acesso aos comércios dos vales agrícolas circundantes e as indústrias voltada ao processamento de carnes, laticínios e cereais. Está ligada por rodovia e por ferry com Bariloche, na Argentina. População aproximadamente 130.000 habitantes.
Na subida para o vulcão passamos por várias crateras inativas como a La Borbuja sem desprezar as placas que indicavam “Peligro Camino Angosto” ou “Piendente Fuerte”. Após subir quatorze quilômetros de moto por uma estrada de cascalho, ficamos hospedados num refúgio para esquiadores utilizado normalmente nas estações de inverno. O pernoite foi longo, com temperaturas abaixo de zero grau. No alto do vulcão na estação que conseguimos hospedagem só morava o vigia e o guarda florestal. À medida que a noite foi chegando lá pelas 21 horas, nos recolhemos e o vigia foi providenciar uma sopa. Tomamos aquela sopa com pão caseiro e no final tomamos um refrigerante. Para se ter uma idéia da temperatura, o refrigerante vinha direto da grade para o copo. Simplesmente dispensa qualquer tipo de resfriamento. À noite pensei em tomar um banho, mas me limitei a lavar apenas o rosto, a água era geladissima e proveniente do degelo do pico nevado do Osorno. A energia era de gerador e racionada. Após nos acomodarmos, levamos uma velinha para eventuais necessidades. A noite fez um frio tão grande que fomos obrigados a dormir com todas as roupas que normalmente usávamos para viajar.
No outro dia escalamos o vulcão, a pé pelo cascalho até atingirmos os picos gelados. Subimos duas horas e meia até o ponto onde o gelo nunca derrete, em face da altitude.
Fomos alertados por todos que aquela região e muito perigosa, e que por diversas vezes pessoas que se aventuraram nesta escalada teriam desaparecido. Mas o prazer de estar naquele lugar tão bonito superava qualquer medo. Em vários lugares vimos placa de “Peligro” “Cuidado com deslizamentos” ou “placa de pessoas desaparecidas”. Lá em cima o silêncio é absoluto, a sensação que se tem, apesar de não ser o ponto mais alto da cordilheira, é que se está no topo do mundo, todas as nuvens estão bem abaixo das nossa visão, quase não venta, a sensação é totalmente diferente do que conhecíamos. É muito interessante fechar os olhos e deixar os sons da natureza tomar conta do seu corpo. Sentir a suavidade da brisa o frio e alguns barulhos de deslizamentos de pequenos blocos de gelo.
Começamos a descida. Na subida gastamos quase três horas, para descer apenas duas horas, todo esse percurso feito a pé com a ajuda de um pequeno cajado encontrado na subida, e que fez parte da bagagem no restante da viagem, ficando guardado com as minhas recordações da viagem. Fizemos as malas e começamos a nos preparar para deixar o Osorno com destino a Cordilheira dos Andes, desta vez pelos Lagos Andinos, uma das regiões mais bonitas do planeta. Na descida encontramos uma gringa com uma mochila enorme nas costas subindo a pé os primeiros 20 quilômetros. Olha não falta maluco nessas viagens por onde eu andei. Quando conto aos amigos uns dizem que sou louco, outros dizem que sou corajoso. Imaginem o que diriam desses mochileiros ou ciclista que normalmente encontramos. Quanto aos Lagos Andinos confesso que nunca tinha visto lugares tão lindos, a água e de um azul turquesa, em alguns lugares limpa e cristalina onde se consegue ver o fundo numa profundidade de ate dez metros, é impressionantes. Aproveitamos e pernoitamos na Estância hidromineral de Puyehue com banhos de águas termais de rios subterrâneos das regiões vulcânicas, acomodados em chalés de madeira muito aconchegantes com direito ate a cão de guarda.
O vulcão Puyehue (2.236 m), que se ergue no sudeste da província de Valdivia, na região de Los Lagos, dá nome, embora se encontre fora de seu perímetro, tem um dos maiores parques nacionais do Chile, bem como ao lago que aquela província divide com a de Osorno. A beleza paisagística e a abundância de vida vegetal e animal atraem um grande número de visitantes a esta espetacular área, na interseção entre a Pré-cordilheira e
voltamos pela região dos lagos andinos de uma beleza indescritível. Passamos por toda aquela região bonita com destino a San Carlos de Bariloche. Atravessamos uma região em litígio entre o Chile e Argentina, onde entregamos nossos vistos no Chile e rodamos aproximadamente 40 quilômetros na Ruta 215 estrada de "ripio" com pedras roliças e muito ruim com muitas subidas e descidas sem que entrássemos na fronteira da Argentina numa terra de ninguém. A estrada tinha trechos de fesh-fesh, um tipo de “polvo” ou simplesmente pó, que de tão fino sobe numa nuvem o que torna quase impossível enxergar qualquer coisa ou um eventual veículo no sentido contrário. Sorte nossa que não passamos por nenhum. Finalmente chegamos a Villa la Angostura já em território Argentino, confesso que foram os 40 quilômetros mais longos da viagem.Fizemos uma breve visita a Bariloche, que só é interessante durante a estação de inverno, como estávamos em pleno marco, não tinha nada de atrativo.
Seguimos viagem pela região sudeste da Argentina, saindo de Bariloche.
Logo a beleza cedeu lugar a uma região do deserto e inóspita da Patagônia. Passamos pela cidade de Piedra Del Aguila, aonde chegamos a atravessar até 400 quilômetros de deserto com apenas uma cidade no trecho. Pernoitamos em Neuquem, única cidade dessa região em condições confortáveis de hospedagem, no dia seguinte perguntamos ao rapaz da recepção do hotel se o trecho de deserto acabava ali em Neuquem, mas para nosso desânimo ele nos informou que teríamos mais trezentos quilômetros de deserto para chegarmos a Bahia Balança, passando apenas por um pequeno lugarejo chamado “25 de Mayo”. Placas de sinalização só a cada 50 quilômetros. Lembrando que era deserto, porem o asfalto era impecável, as retas são infindáveis podendo atingir até 200 km de extensão. Andávamos a uma velocidade constante de 140 km. Algumas placas advertiam “No se duerma” pois a paisagem de tão monótona que era dava sono, se não fosse pelo forte vento lateral que obrigava a uma pilotagem um pouco estranha, tínhamos que ficar totalmente de lado da moto dando a impressão que a mesma estava inclinada. Lembro-me que no meio daquela região, encontramos dois holandeses, que ha três meses tinha desembarcado em Recife de bicicleta e os encontramos no meio daquele deserto. Tiramos algumas fotografias com eles, e nos informaram que em condições de vento e tempo favorável, eles conseguiam cobrir por dia aproximadamente 60 quilômetros, imaginamos o quanto eles ainda iriam sofrer naquele fim de mundo. Depois ainda ouvi muita gente comentar que eu era maluco por empreender uma viagem dessa de motocicleta, imagine o que diriam deles?
Após isso rumamos para Bahia Blanca onde demos uma parada estratégica para saborear um lindo melão que tinha numa banca de frutas. Nunca comi melão tão doce. Nesse trecho é muito comum passarmos por cidades industriais onde o cultivo e o beneficiamento de óleo vegetal produzido a partir de girassóis é uma constante. Em seguida seguimos para Buenos Aires, passando por Tandilo e Avellaneda cidades industriais com predominância no processamento de óleos comestíveis a base de girassóis, onde observamos centenas de quilômetros de cultura dessa planta, todos com as flores viradas para o leste.
Em Buenos Aires ficamos hospedados no Hotel Brasil, por coincidência numa rua do mesmo nome.
Passamos dois dias curtindo um pouco a cidade. Fomos ao "ferry boat" pois pretendíamos atravessar para o Uruguai de barco, mais as finanças não permitiram. Ainda em Buenos Aires, fizemos alguns passeios pela cidade, fomos abordados por um motociclista, e em conversa nos disse que já tinha vindo ao Brasil de motocicleta, numa Honda 400cc ate Manaus, ate hoje lamento não ter ficado com o contato daquele casal. A cidade de Buenos Aires é lindíssima, padrão europeu na América do Sul, ruas amplas, grandes praças e monumentos. Paramos numa esquina para fazer um lanche, e um garoto curiosamente percebeu que éramos estrangeiros. Tive que tirar os dois últimos cigarros que tinha no maço para lhe dar para somar a sua coleção de maços de cigarro sendo um troféu para a sua coleção.
Após esse breve período em Buenos Aires, estávamos novamente na estrada, resolvemos retornar por terra, contornando o Rio de La Plata pela cidade de Mercedes com destino a Montevidéu. Então seguimos para o Uruguai onde pretendíamos atravessar rapidamente, pois todo o pais da sua entrada pela Argentina até chegar no Brasil são aproximadamente 500 km.

Passamos novamente Montevidéu e Punta Del leste entrando no Brasil pelo Chui. Chegando em Montevidéu já estávamos com mais de 25 dias de viagem, nesse ínterim no Brasil estava havendo a troca de governo. Conversando com um Sr. no hotel, fiquei sabendo das novidades do novo governo (Collor), todos aqueles bloqueios de conta, desvalorização do dólar em 40% etc. fiquei assustado, pois o pouco dinheiro que eu ainda tinha para retornar ao nordeste, estava na minha conta bancária.
Mas esquecendo um pouco esse problema, passamos ainda a curtir o restante da viagem. Voltamos a Punta Del Este, onde anteriormente conhecemos também de motocicleta, desta vez de passagem, mas com muita calma. A cidade sempre é muito movimentada, onde existe grande número de cassinos, mansões e barcos de recreio e iates do mundo inteiro, um verdadeiro paraíso. Seguimos em direção ao Brasil, no caminho após a cidade de Rocha, passamos em 21/08/95 pelo "Povo 23 de maio" onde iríamos rever um amigo que conhecemos na viagem anterior, o Sr.Fernandez, dono de uma "gumeria” (borracharia) o qual nos tratou muito bem na viagem anterior, e nos quebrou um galho. Mas infelizmente tivemos a notícia de seus familiares que o mesmo havia falecido numa viagem de motocicleta que tinha feito a Rio Grande do Sul semanas antes. Entregamos aos familiares dele, uma foto que tiramos no momento em que nos despedimos dele numa primeira viagem que fizemos a Montevidéu.
Passado aqueles momentos desagradáveis, botamos a moto na estrada, desta vez com destino a fronteira do Brasil. Quando chegamos na aduana do Uruguai, os guardas nos pararam para identificação de rotina, mas implicaram que os nossos vistos não estavam OK e que deveríamos voltar por onde nos entramos para regularizar aquela situação. Fiz-me de mal entendido e num momento de descuido liguei a moto e sai de fininho. Ate hoje eles estão esperando pelos documentos.
Já no Brasil, procuramos nos instalar e fomos a um "Free Shoping" gastar os dólares, já que o cambio estava bastante desvalorizado. Em seguida fomos jantar numa churrascaria com tudo que tínhamos direito, pois já estava aborrecido de tanto comer "papas fritas" com carne de ovelha.
Tive dois sustos no final da viagem, o primeiro foi próximo a Osório na free-way quando a Ténéré quebrou de uma só vez 11 raios da roda traseira. Motivo excesso de peso e raios folgados, quase que dá tudo errado, mas consegui um bom apoio da Agrale em Osório O que na realidade aconteceu foi o seguinte: quando eu estava ainda no Chile, mais precisamente no Vulcão Osorno, pela manhã resolvi lubrificar a corrente da moto. Percebi que havia um raio quebrado. Não dei muita importância, achei que fosse algum defeito de material. Não conferi os demais raios e coloquei a bagagem e toquei pra frente. O resultado dessa minha negligência na inspeção veio depois. O que aconteceu foi o excesso de peso. Os raios folgados foram quebrando outro e quando já estávamos no Brasil próximo a Osório a moto balançou a traseira, pensei que fosse pneu furado. Imediatamente parei e conferi, o pneu estava cheio, e agora pensei, quando toquei nos raios tinha quebrado de uma só vez dez raios com o que eu já sabia que estava quebrado totalizava onze. Levei a moto para uma casa a beira da estrada que vendia artesanato falei com o pessoal que iria deixar a moto lá e tirei a roda traseira. Eu e a Mira pegamos um ônibus e fomos até Osório. Como a Yamaha não tinha condições de fazer o serviço que eu estava precisando comprei os raios e de carona com o pessoal da Agrale que me deu o maior apoio fui até uma oficina de bicicleta, e o mecânico se dispôs a arrumar. Como os raios já estavam bem fadigados, à medida que ele ia trocando e apertando ia quebrando outros. Resultado acabou trocando 21 raios. Serviço feito fomos almoçar e novamente o pessoal foi nos deixar na rodoviária. Pegamos o ônibus de volta e só a 4 horas da tarde foi que conseguimos nos livrar do probleminha. Tudo resolvido segui viagem. Recado importante, nunca coloque excesso de peso, e para as motos que tem roda com raios, e necessário uma inspeção constante para prevenir eventuais surpresas. O segundo susto foi o saque a minha conta bancária confiscada pelo governo Collor, quase fiquei a pão e água. Mas no final tudo resolvido. Quando estávamos em Santa Catarina aproveitamos para entrar em na cidade de Palhoça, lá tínhamos recomendações de um amigo de Natal Helio Júnior, que deveríamos visitar João Gonçalves, o Gal. Na realidade João Gonçalves escreve para uma revista de duas rodas. Ele já fez e continua fazendo viagens pelo mundo inteiro. Uma das suas primeiras façanhas foi atravessar a selva amazônica de Haley Davdson 1200cc. Não podia deixar de visitá-lo. Lá chegando fui muito bem recebido, parecia até que éramos velhos amigos, nos levou para tomar café na sua cozinha. Conversamos muito e em seguida nos despedimos. Passamos mais uns dias em Joinville e seguimos viagem para Natal. Na volta entramos em São Paulo para umas pequenas compras nas lojas de moto, e em seguida seguimos para o Rio de Janeiro. Na subida da Serra da Mantiqueira, resolvemos ir até a casa do Eng. Fernando que conhecemos em Valparaiso. Entramos na cidade de Pedralva, e para nossa surpresa a família do cara era influente na cidade, pois Hotel, Posto de Gasolina, Posto de Saúde e rua levavam o sobrenome da família dele. Fomos a sua fazenda tomamos um vinho e ficamos hospedado no hotel do seu primo. No dia seguinte tocamos viagem para o Rio de Janeiro.
A Yamaha Ténéré 600 ano 88, correspondeu à expectativa perfazendo um total de 18.500km em 35 dias.
No Chile é indispensável conhecer:
Vina Del Mar,
Valparaíso,
Santiago,
Parque Nacional Torres Del Paine,
Pucon – Vulcão Vila Rica,
Osorno – Vulcão Osorno.

Na Argentina, é indispensável conhecer:
Buenos Aires,
Mendoza,
San Carlos de Bariloche,
Região dos Lagos Andinos,
Neuquém,
Baia Blanca.